segunda-feira, 30 de abril de 2007

Nostalgia e Morte


Assisti a um filme ontem chamado Menina dos Olhos, um filme muito bom que fala da importância dos relacionamentos. Filmes assim me mostram que a revelação de Deus não está presa apenas as paginas da Bíblia (Ops! desculpe-me os guardiões da ortodoxia pela minha heresia! rs).


O filme fala de um homem chamado Oliver Trinké (Ben Affleck), um relações públicas (RP) de artistas famosos. Muito dedicado ao trabalho e ao sucesso que o advinha, ele não sabia simplesmente o valor de desfrutar os simples momentos da vida. Pouco tempo para a mulher, para o pai, para os amigos; enfim, qualquer semelhança com a vida real não é mera coincidência.

Mas como diria o desafortunado Joseph Climber: a vida é uma caixinha de surpresas! E essa caixinha de surpresas se abriu para o Oliver de uma maneira desastrosa. Sua esposa morre no parto e com pouco tempo depois o mesmo perde o emprego devido a um terrível comentário contra a imprensa e um artista (no caso o Will Smith).


Resultado: sua vida muda tempestivamente, ganha outros contornos, muito diferentes do que o que ele estava acostumado. Ele volta para a casa do pai, arruma um emprego como funcionário do município, cuidando dos esgotos e do lixo da cidade, como seu pai fazia. Ele precisa agora se dedicar a filha, e faz isso no sentido de se auto-penitenciar pela morte de sua esposa, tão prematura que o casal não teve tempo de curtirem a própria felicidade de estarem juntos.


Ele vive essa vida, que é o oposto do passado. Agora ele é solteirão, viúvo eterno, residente na casa do pai, catador de lixo e pai de uma linda garotinha de 7 anos. Porém ele não entende o que é essa nova vida. Vive o agora estando preso ao passado, vive se alimentando das glórias do seu passado de riqueza e sucesso, não desfruta o hoje e não faz o passado acontecer de novo, está num nó existencial terrível.


Seu sonho é voltar à vida que já teve, e que lhe foi roubada pelas circunstâncias. Com isso, ele não respeita a vida dos que estão ao seu redor, inclusive a da sua filha. Até que um dia, numa conversa com aquele que foi a causa da sua demissão, e assim a causa da sua mudança de vida, ele percebe que o que lhe aconteceu foi o melhor que poderia ter acontecido, pois ele simplesmente pode desfrutar o que vale a pena, a simplicidade da vida. Foi como se Deus tivesse mostrado a ele, ali naquela conversa, que ele tinha ganhado a oportunidade ser e de viver aquilo que ele não viveu com sua falecida esposa; era a chance de valorizar o simples.


Filmes assim me fazem ver que não buscamos mais o que vale a pena, o simples. Não vivemos nossas vidas hoje, vivemos o que fomos ou o que queremos ser. Estamos presos ao passado ou ao futuro e simplesmente não desfrutamos o agora. A vida é feita do agora, do que temos hoje.


Jesus já nos havia dito que não devemos estar ansiosos por coisa alguma. E isso inclui ansiedade pelo que fomos e não somos mais e ansiedade pelo que queremos ser ou voltar a ser amanhã. A beleza da vida está no agora, nos amores de hoje e não do passado, na profissão de hoje e não do passado, nas oportunidades de hoje e não nas perdidas, no dia de hoje e não no de amanhã.


Precisamos que Deus nos abençoe com o discernimento de desfrutar o agora, e isso só ocorre quando Ele consegue fazer com que “caia a ficha” e percebamos assim o valor do que temos hoje. Isso inclui principalmente aceitação do que se é do que se tem. Nostalgia e futurismos matam a vida.

Pensemos nisso.

Jorge

Um comentário:

Unknown disse...

OLA meu amor! belo comentario esse!!!vc falou e disse. Quem dera as pessoas soubessem tirar o melhor de tudo na vida para apreciar os momentos que nos é permitido viver. Quero te desejar cada vez mais essa capacidade que você tem de ver o que ha por traz de tudo!!!te amo:)