É duro ter um pensamento “revolucionário”. Quando você enxerga as coisas por uma visão diferente da comum, você é sempre alvo de hostilidades, retrucamentos, má interpretação e coisas do tipo.
Mas isso é um preço que se paga por simplesmente não se caber mais naquela visão tradicional das coisas. Achar que o cristianismo é aquele livrinho fechado de verdades e mentiras, leis e ordenanças que são imutáveis.
Somente o ser Deus pra mim é imutável, pois Ele é amor e nunca deixara de ser assim, Ele é fiel, e nunca deixará de ser assim, Ele é justo e nunca deixará de ser assim. Mas aquilo que nós compreendemos de Deus, da sua vontade, dos seus “planos”; isso sim está passível de mudança, e na verdade deve mudar.
Não quero mais trabalhar Deus nas categorias de agradar ou não a Ele. Causa-me arrepios ainda ouvir que “o crente deve ser diferente do mundo”, pois isso sempre traz uma compreensão que para agradar a Deus tenho que vestir roupa tal, usar cabelo tal e por ai segue uma lista interminável de mandamentos.
Quero um Cristo simples, porque Jesus é Simples. Quero uma igreja simples porque ela começou simples. Não agüento mais hierarquias autoritárias na Igreja.
A Alma do “revolucionário” fica cansada, amarga, chateada. É um desgaste que nos envelhece, nos entristece, e nos faz muitas vezes perde as esperanças na mudança. Sei que muita coisa vai mudar, mas será um processo lento. Em se tratando de religião, as mudanças são lentas e parciais, não são plenas. Sabemos por exemplo que muitos padres, mesmo sem poderem falar o que pensam, não concordam mais com a manutenção do celibato obrigatório dos sacerdotes, mas seu líder geral (papa) está num processo de retroceder às antigas práticas que já estavam extintas (como o caso da missa celebrada em latim!).
Isso é um problema da religião, estar preso a dogmas é algo que obscurece a dinâmica da verdade em nossas vidas. Não sou o homem mais sábio do mundo, mas desde o ínicio da minha fé eu descobrir que a Graça, a Revelação e a Verdade são dinâmicas e indissociáveis, não estão presas a formatos, pois é multiforme.
Quero viver com Deus a multiformidade de sua Graça, nem que pra isso eu saia dos formatos da religião, pois eles me apertam e me sufocam.
sexta-feira, 30 de março de 2007
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