segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

A "Babel-Evangélica"

Leia: http://pavablog.blogspot.com/2007/12/o-leo-pastora-e-o-guarda-roupa-3.html


Coloquei na parte superior o link do texto que li no blog do Sérgio Pavarini. Enquanto eu lia os comentários dos internautas ao texto uma, pergunta não deixava de ecoar na minha mente: O que este movimento evangélico tornou-se?

Ontem, o programa Domingo Espetacular, da rede Record, filiada a terrível Igreja Universal, fez uma propaganda descaradamente parcial e desonesta a respeito da história desta Igreja e da sua “importância” como instituição evangélica que mais cresce no Brasil. Assistir o Paulo Henrique Amorin, o qual considerava um profissional sério, dizer que a Igreja Universal é a que mais sofre acusações e a que mais cresce, num tom de que as acusações são infundadas, entristece a qualquer pessoa que seja séria nesse país.

Então a pergunta novamente me vem à cabeça: O que este movimento evangélico tornou-se? O que este movimento tem haver com o real evangelho de Jesus? Vale a pena estar associado à imagem de evangélico hoje em dia?

Semelhante a Babel, tem algo que nos faz sermos unidos e também há algo que nos separa. Temos um único objeto, mas falamos diversas línguas, não entendemos uns aos outros e não entendemos a linguagem de Jesus.

Infelizmente o objetivo que une todos os evangélicos é a idolatria. Somos idolatras no mais amplo sentido. Idolatramos nossas denominações, tornamos o Templo tão vitalmente ligado a vida espiritual como irmãos siameses. Idolatramos nossos cargos “sacerdotais” e, aliás, o significado de mediador que carrega essa palavra é embriagante aos que possuem “fraqueza pelo poder”. Somos ególatras, não há outro deus que não o nosso próprio umbigo, e conseguimos disfarçar isso com frases como: ... é para a glória de Deus! ... para exaltar o nome de Jesus! Criamos ídolos que refletem nossa auto-adoração e estes se transformaram em entidades tão poderosas que nos oprimem como demônios, e somos a elas subservientes.

As formas como essa auto-idolatria, que já nasceu em Babel, se manifestam hoje é que são tão diversas quanto as línguas que o Senhor confundiu no fatídico episódio narrado em Gênesis. Não há entendimento quando só se pensa em si mesmo, pois só falamos à linguagem que nos interessa, e que dificilmente outros entendem.
Esse sentimento ensimesmado que é como uma metástase que se espalha indiscriminadamente, e quanto mais cheios de si, mas línguas variadas e menos entendimento existe. Esse mesmo sentimento egocêntrico que nos faz passar por cima do caráter, da justiça e do bom senso, o que explica um programa feito para elogiar uma Igreja que, não por acaso, é dona da emissora; sendo que nenhuma outra emissora de televisão, seja ela séria ou não, sentiu-se motivada a fazer qualquer referência ao aniversário de 30 anos desta instituição, tamanha sua “importância” para a história do povo brasileiro.

Os evangélicos não se entendem, falam diversas línguas que são “estranhas” umas as outras. Porém, diferente de Babel, mesmo se afastando no entendimento, eles continuam sendo um só povo. Esse termo evangélico ficou contaminado pelo modo de ser pernicioso dos que propagam e lideram esse movimento, e isso já se alastrou até mesmo para os menores.

No caso do movimento evangélico, aqueles que se dispersarem, que saírem do meio dessa “igreja”, poderão ser salvos do processo de “paganização multi-cultural” que esse grupo realiza, semelhante à travessia que se deve fazer pela floresta para que se possa sair da Vila (para entender assista o filme “A Vila”). Não há luz de salvação para esta torre da Babel-Evangélica que está se erguendo na alma de muitos brasileiros, inclusive pessoas sinceras que gostariam de ter o verdadeiro conhecimento de Deus.

Saiamos enquanto há tempo!

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