segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

ENQUANTO PENSAMOS QUE ESTAMOS TESTEMUNHANDO DE DEUS, NÓS O ENVERGONHAMOS.

Esse é um texto do meu amigo e irmão João Evaldo, da Betesda de Messejana, e gostaria de disponibilizar aqui para quem quiser ler.



Estava lendo um livro de Philip Yancey chamado “Perguntas que Precisam de Respostas”. Nele, o autor comenta sobre palavras que perderam o sentido com o passar dos tempos, e exemplifica algumas palavras, como “tolo”, que hoje significa insensato, ridículo; que outrora significava uma pessoa feliz. Ele também cita outras palavras como idiota, sincero...

Enquanto eu lia sobre a deflação das palavras, me lembrei de outras palavras que não perderam o sentido, mas perderam a verdadeira intenção de serem ditas. Veja o caso da palavra CREIO, ela esta sempre ligada a dúvida, como por exemplo: - Tu vais lá em casa? – Creio que sim.

Quando dizemos “AGORA SÓ DEUS”, queremos falar que não tem jeito para a situação que estamos vivendo, e que chegou a hora de se desesperar.

Então percebo não apenas uma deflação de palavras como Philip percebe, mas sim uma visão distorcida de Deus, do Evangelho, da Bíblia Sagrada e principalmente do Reino de Deus.

Quantos de nós já estamos cansados de ouvir “testemunhos” em que Deus melhorou o carro de um evangélico, deu um emprego melhor a outro, deu uma casa nova a outros, enviou um político cheio da grana para doar um terreno, dar cimento, ou até construir uma igreja nova.
Aí esse “deus” que é atribuído a todas essas coisas não consegue se justificar diante do faminto, do homem no leito de morte, do pai que perdeu o filho, da mulher desamparada e etc...

Esse deus que melhora a vida de alguns “crentes merecedores” e não consegue se sensibilizar com o sofrimento de outros é um deus com “d” minúsculo fruto da prepotência de “crentes”, evangélicos ou cristãos que sempre estão na “brecha”, merecendo a bondade afinal de contas são “gospel”, vão à igreja, lêem a bíblia, oram, choram, cantam e gritam.

Enquanto testemunham sobre essas “bênçãos”, o Deus mais que todo poderoso. O todo amoroso (ter poder e não ter amor é não ter poder) deve se envergonhar dizendo: - “Não, não fui eu que melhorei teu carro, tua casa, teu jardim, não, eu não preciso fazer essas coisas para provar quem sou; eu amo os bons e os maus, os de carro e os sem carro, os sem casa e os com casa”.

Alguns deuses são criados pelo homem, mas o DEUS de amor foi quem nos criou, não para fazer de nós seu brinquedinho movido a controle remoto predileto, e sim para sermos homens e mulheres com livre escolha inclusive de querermos ou não nos relacionar com ele. Testemunhando o real: bonito ou feio, bom ou mal, pois Deus encarnou em Jesus Cristo deixando nele o maior exemplo de humildade, simplicidade, fragilidade, obediência e amor. Portanto saibam todos que possam se interessar; que Deus não é, nem que ser, o responsável pelos teus sucessos ou fracassos; Então não o envergonhe atribuindo a Ele o que você fez ou vai fazer.

João Evaldo – Betesda Messejana

Nenhum comentário: